Não poderia começar a nova seção “Volta ao mundo em 15 sanduíches” com sua majestade, o rei dos sanduíches: o hambúrguer!

A palavra é fruto de um empréstimo linguístico entre alemão e inglês.

Em alemão, hamburger é o demótico de Hamburgo.

Bolinhos de carne bovina eram provavelmente comuns na cidade e no porto de Hamburgo por volta do início do século XIX.

E a receita foi levada para a América do Norte por muitos alemães imigrantes nos Estados Unidos naquele mesmo período, a maioria dos quais partiu do porto de Hamburgo, o maior porto comercial da Alemanha.

Espalhou-se com o nome de hamburger steak, ou seja, “bife hamburguês”.

Parece que o hambúrguer foi inventado por um certo Otto Kuasw, um cozinheiro alemão que tentou tirar uma salsicha do intestino, achatá-la e fritá-la na manteiga, mas a primeira aparição da receita em um menu americano data de 1836.

Em 1902, há registro de uma descrição do Hamburg steak semelhante à concepção moderna do hambúrguer.

Existem, portanto, uma infinidade de restauradores que afirmam estar na origem do verdadeiro hambúrguer americano, o mais famoso e acreditado é Louis Lassen, que em 1895 abriu o Louis Lunch Wagon, um local característico em New Haven, Connecticut.

O local foi feito a partir de um Food Wagon, uma carruagem para fornecimento móvel, popular na época.

Aparentemente, um cliente estava com pressa e procurava uma refeição rápida.

Reza a lenda que Lassen, então, pegou restos de bife, os moeu e, finalmente, os colocou entre duas fatias de pão de forma torradas, para que seu cliente pudesse levá-lo e comê-lo confortavelmente na estrada.

Meu primeiro verdadeiro hambúrguer, quero dizer, americano, não plastificado como muitos pensam ser todos os hambúrgueres, mas sim com carne cozida na hora, pão crocante e rico em condimentos, comi na minha viagem a São Francisco, no Pier 19.

Ao longo dos anos, muitos outros seguiram (quando ainda podia comer pão!) e se antes era apenas um tipo de comida ligada ao “fast food”, agora tornou-se parte integrante dos cardápios dos restaurantes que servem carne.

A variante mais famosa do hambúrguer é certamente aquela com queijo, ou seja, o cheeseburger.

O cheeseburger tornou-se inicialmente popular entre os anos vinte e trinta do século XX nos Estados Unidos e há várias reivindicações sobre quem foi o primeiro homem a criar um cheeseburger.

Entre eles, Lionel Sternberger é conhecido por ter criado um cheeseburger aos 16 anos enquanto trabalhava em uma sanduicheria de seu pai em Pasadena, Califórnia, quando “experimentalmente deixou cair um pedaço de queijo em um hambúrguer fumegante”.

Trata-se de um sanduíche macio, geralmente decorado com gergelim na parte superior, recheado com hambúrguer de carne bovina, bacon, queijo cheddar, alface, tomate, cebola e molhos como ketchup (ou maionese) e servido rigorosamente com batatas fritas, de preferência dippers.

O melhor corte de carne para fazer hambúrgueres é aquele que nos Estados Unidos é chamado de chuck meat, em português é a acém de boi, escolha um pedaço com um pouco de gordura, para não deixar os hambúrgueres secos.

Eu gosto dele malpassado, mas assim como fazem nos Estados Unidos, devem SEMPRE perguntar qual o tipo de cozimento que você prefere.

O pão de hambúrguer, que em inglês é chamado de burger bun, deve ser macio, ligeiramente doce e crocante por fora mas sem se quebrar a cada mordida, deve absorver bem os sucos da carne e os molhos sem ficar muito encharcado.

No vídeo você encontrará uma versão “porn” com bacon, ovos fritos e burrata, e no blog muitas outras…