O bolo de avelã fala de história e rituais antigos, conta perfumes e vida rural.

Ao retornar da floresta, no crepitar quente da cozinha, a avó havia reunido todos os ingredientes na mesa de madeira maciça já marcada por gerações de batidas e doces.

Enquanto se trabalhava a manteiga de fazenda na tigela de terracota, murmurou para sua netinha: “Escuta, minha criança, isso não é só manteiga, é o vento que soprou nos pastos, é o descanso das estrelas. Se você a tocar com respeito, ela te contará sobre a montanha”.

A pequena assentiu e finalmente afundou suas pequenas mãos, era frio e liso e cheirava a grama fresca e depois junto com os ovos e o açúcar que formavam um creme intenso que acolhia as avelãs tostadas e moídas em grãos irregulares que,

misturadas à farinha, criavam o perfume e o sussurro da floresta que se prepara para o repouso de inverno.

Ainda se pegou um pedaço de chocolate e o cortou com a faca. Pequenos pedaços com gestos lentos e precisos. “Vovó, é tão escuro, parece a noite sem lua”. É, mas a noite sem lua tem um perfume profundo.

E quando se unir ao coração claro do creme, nos dará a coragem de sonhar. A massa densa e pesada foi colocada com cuidado na forma, sem pressa, apenas respeito e rito.

Em seguida, foi colocada dentro do fogão a lenha com sua boca de ferro que emanava um calor envolvente. Começou assim a verdadeira magia sensorial: inicialmente manteiga, farinha depois avelãs.

De vez em quando o forno era aberto, revelando o bolo que crescia assumindo uma cor dourada e a superfície se formava.

Assim, elevou-se um intenso aroma de avelã tostada misturando-se ao aroma quente e reconfortante da madeira, era um cheiro que penetrava na alma e fazia sentir-se em casa.

O bolo de avelã com suas nuances aromáticas que envolvem todos os sentidos para saborear o prazer da bondade.

Outras receitas com avelãs podem ser encontradas na lista a seguir