Como veio em mente preparar uma Rabanada de Natal com Panetone? Ah, queridos, eu sempre disse, e nunca escondi, que sou uma verdadeira gulosa! Assim, fuçando entre Instagram e Pinterest vi algumas receitas de Rabanada com Panetone. Algumas com muito ovo, na minha opinião, outras que usavam forno ao invés de frigideira, e outras mais saudáveis que usavam óleo de coco para cozinhar no lugar da manteiga. Aí tem quem usa a fritadeira a ar, mas isso é um outro assunto que não quero abrir aqui.

Voltando então à escolha de “dar livre curso” à minha gula, escolhi usar os clássicos e sempre deliciosos frutos vermelhos para a guarnição final. Desta vez não os caramelizei como no Tronco de Pandoro com creme de confeiteiro para não aumentar ainda mais as calorias do doce com Panetone que estou propondo hoje.

A Rabanada, ou Pain Perdu, traduzido do francês é pão perdido, nada mais é do que o reaproveitamento do pão dormido (que seria desperdiçado porque endurecido) embebido em ovo batido com leite e uma pitada de sal. Unta-se a frigideira com manteiga e fritam-se ambos os lados até formar a clássica crostinha dourada da Rabanada! Os primeiros indícios aparecem em livros de culinária já na época romana, onde o pão era imerso apenas no leite e depois cozido. Obviamente, não era a Rabanada que conhecemos hoje, mas um parente distante. Foi então re-elaborada pela cozinha francesa que a servia com carne de caça e outros tipos de carne, pois ainda não era um prato doce, mas um pão de reaproveitamento. Amplamente difundida por toda a Europa com o nome de sopas douradas.

Aprendemos, quando falei sobre Sopas, Sopões e Zuppas na receita do Sopão de legumes com abóbora, que o termo suppe não indica apenas a sopa ou outra sopa, mas sim o pão imerso em um ingrediente líquido como na Sopa de Cebola Receita Francesa.

A Rabanada também foi proposta como tostées dorées, mas a versão que todos conhecemos hoje é a mais recente, muito provavelmente com influências americanas, visto que foram introduzidos ingredientes como creme de leite, manteiga de amendoim e açúcar nos ovos batidos. Como especiarias, então, encontram lugar a canela, como no meu caso, a noz-moscada, o gengibre e a baunilha. Enfim, cada um tem a sua Rabanada em cada parte do Mundo. Então hoje apresento a minha versão, uma receita simples, rápida e deliciosa!

Antes de passar à receita, à lista de ingredientes e às quantidades necessárias para preparar as Rabanadas de Natal com Panetone, quero contar uma pequena e breve história. Falo frequentemente das minhas duas avós, Licia e Sandra, e da minha mãe Roberta. A fonte de muitas das minhas receitas são elas. Bem, desta vez pensei que tivesse feito sozinha. Pensei, de fato.

Esta manhã gravei a vídeo receita que você encontra abaixo da primeira foto, carreguei o vídeo no canal YouTube e enviei para o meu pai. Meu Paciccio respondeu assim: “Boa essa. Sua avó Licia fazia há 30 anos com pão de forma e servia no café da manhã com Nutella ou com geleia!”

Entenderam como a Vovó Licia tratava bem seus netos e parentes? E eu que pensava ter descoberto a receita para reaproveitar o panetone de forma deliciosa. Ela já estava à frente há 30 anos, ÚNICA! Estou feliz por ter proposto novamente uma receita dela, mesmo que involuntariamente e inconscientemente, isso me faz realmente grata por ter tido uma avó como ela na minha vida.

Abaixo você encontra outras receitas de reaproveitamento de panetone ou reaproveitamento de pandoro que propus ao longo destes anos. A mais famosa é, indiscutivelmente, a do Tronco de Pandoro com Creme de Confeiteiro que ultrapassou as 300.000 visualizações entre o canal YouTube, o reel do Facebook ou o vídeo do Tik Tok.