Vou contar a receita das tigelle…Ou das crescentine

Qual é o nome certo para este incrível “sanduíche de chapa”?

Fontes diferentes levam ao mesmo dilema…Tigelle ou crescentine?

No comércio são conhecidas como tigelle…Mesmo o utensílio para cozinhá-las se chama tigelheira, então onde encontramos o verdadeiro nome?

Até os anos 60 do século passado, era possível saboreá-las apenas por acaso em alguma antiga taverna nas montanhas do Frignano.

Depois, o segredo das crescentine, guardado cuidadosamente por milênios entre as calorosas lareiras dos Apeninos, rolou até o vale e deu nova vida a um prato antiquíssimo, que em pouco tempo se tornou um dos mais amados da culinária de Modena.

Mas se chamam crescentine ou tigelle? Aqui está o verdadeiro dilema que acompanha a quente focaccia e seu recheio macio e envolvente de cùnza.

Crescentine, dizem os puristas, porque as tigelle são os discos de terracota que, aquecidos entre as brasas da lareira, permitem que a massa cresça e se torne crocante e perfumada no ponto certo. Tornando-se, em suma, uma crescentina.

Tigelle, replicam os linguistas, porque desde que o mundo é mundo, as palavras mudam, jogam e trocam de lugar: assim o nome da base de cozedura vira o nome do alimento que se cozinha por cima.

E se sobre este tema ainda restar alguma controvérsia, não há dúvida sobre a excelência deste prato simplesmente genial. Neste volume estão reunidas as histórias e os pratos de mais de sessenta locais de Modena e província que servem crescentine de qualidade garantida, respeitando a tradição e a autenticidade dos ingredientes.

Mais de sessenta estabelecimentos onde todos os dias se renova um culto milenar, o de estar à mesa, e onde sempre se está disposto a aprender algo novo. Trecho de Os discípulos da tigella ardente

E se falamos de Romagna…