▶Um mixiote é um prato tradicional mexicano onde a carne enchilada é cozida dentro de uma embalagem, tradicionalmente a casca externa de uma folha de agave.
Os ingredientes são de fato envolvidos em pequenas embalagens de xiotl, a casca externa dura e semitransparente das folhas de maguey (agave), e cozidos no vapor.

▶O mixiote é típico dos estados onde se cultiva o maguey pulquero, ou seja, ao sul do planalto mexicano, que inclui os estados de Querétaro, Hidalgo, Estado do México, Tlaxcala e Puebla.

▶Nas cidades, para envolver os mixiotes, também se usava papel manteiga – como eu fiz – ou papel alumínio, uma reminiscência da antiga técnica francesa de cozimento “en papillote” ou da nossa “al cartoccio”.

Esta técnica é tradicional em muitas culturas culinárias: os pepes na Indonésia; os zongzi na China; os dolmades no leste europeu e na Ásia central, assim como na América Central, onde os tamales são geralmente cozidos dessa maneira, ou para a preparação da pamonha no Brasil.

▶Existe uma ampla variedade de mixiotes, com carne de boi, porco, cordeiro, frango ou coelho, frequentemente acompanhados de molho, batatas e nopales; eu fiz com frango.

▶Após uma marinada de pimenta, alho, cebola, cominho, pimenta-do-reino, tomilho e louro, cozinhei no vapor.

E como é típico de Hidalgo, não se esqueça de acompanhar com um bom copo de pulque.

Acredita-se que os primeiros espanhóis a provar os mixiotes foram a duquesa Catalina de Aragão e seu marido, Carlos Arsillaca y Albarrán, em um dia de campo na Huasteca Hidalguense.

Os dois, depois de provar este prato em um piquenique especial, se apaixonaram tanto que conseguiram torná-lo muito popular em todo o território.