O Panpepato é o doce das festas e do Natal, uma receita tradicional de origem antiga com um sabor intenso, carregado, picante e perfumado, cada região e família tem sua própria versão dessa antiga preparação doce popular.
Minha versão refere-se ao Panpapato ciociaro de Agnani (Frosinone – Lácio). Outros panpepati são, o toscano de Siena (frequentemente chamado de Panforte nero), o emiliano de Ferrara, o Pampapato ternano IGP do município de Terni (Úmbria) e precisamente da freguesia de San Valentino ou o Miacetto de Cattolica. Aqui está a preparação com o bimby.
RECEITA sem ovos, lactose e fermento.
Outras receitas de doces tradicionais

- Dificuldade: Fácil
- Custo: Caro
- Tempo de preparação: 1 Hora
- Porções: Doses para 3 pequenos pampepati
- Métodos de cozimento: Forno
- Culinária: Regional Italiana
- Região: Lazio
- Sazonalidade: Natal
- Potência 408,53 (Kcal)
- Instrumentos 59,99 (g) dos quais açúcares 30,82 (g)
- Proteínas 7,77 (g)
- Gordura 17,80 (g) dos quais saturados 4,43 (g)dos quais insaturados 12,54 (g)
- Fibras 8,50 (g)
- Sódio 8,47 (mg)
Valores indicativos para uma porção de 100 g processada de forma automatizada a partir das informações nutricionais disponíveis nos bancos de dados CREA* e FoodData Central**. Não se trata de orientação alimentar e/ou nutricional.
* Centro de Pesquisa em Alimentos e Nutrição CREATES: https://www.crea.gov.it/alimenti-e-nutrizione https://www.alimentinutrizione.it ** Departamento de Agricultura dos EUA, Serviço de Pesquisa Agrícola. FoodData Central, 2019. https://fdc.nal.usda.gov
Panpepato
- 150 g uva passa sultana
- 150 g avelãs (descascadas)
- 150 g amêndoas (sem casca)
- 300 g frutas cristalizadas (de cidra e/ou laranja, ou figos secos)
- 150 g chocolate amargo
- 240 g mel (ou xarope de agave para veganos)
- 280 g farinha (sem glúten para celíacos, integral para um resultado mais rústico)
- 2 colheres de chá pimenta-do-reino (moído na hora)
- 4 cravos-da-índia (moídos na hora)
- Meia colher de chá noz-moscada (ou macis moído)
- 1 colher de chá canela em pó (a receita original não prevê)
- Meia colher de chá coentro em pó (opcional)
As quantidades podem ser variadas de acordo com o gosto pessoal ou os ingredientes disponíveis. O resultado final será sempre rico em sabor.
Podem ser adicionados:
– pinhões, pistaches
– cacau amargo
– café, licor, vinsanto
– mosto de uva ou mosto de vinho cozido (no pampepato umbro)
– runzón, uma farinha integral com farelo (típica de Cattolica).
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Quantas calorias tem o panpepato?
Abaixo as calorias para uma fatia de 100 gramas.
Ferramentas
- Tigela para doces
- Papel manteiga reutilizável
Panpepato
Preparar os ingredientes
UVAS PASSAS: deixar de molho em água morna por 15 minutos ou mais, depois escorrer e espremer ligeiramente antes de adicionar aos outros ingredientes.
FRUTAS SECAS: deixá-las inteiras, quebrá-las em 2 ou 3 pedaços com a lâmina de uma faca ou triturá-las grosseiramente com um processador elétrico.
FRUTAS CRISTALIZADAS (ou figos secos): se necessário, cortar em pedaços regulares.
CRAVOS-DA-ÍNDIA e PIMENTA-DO-REINO: moer até virar pó com o moedor ou com o pilão.
NOZ-MOSCADA: ralar na hora.
CANELA: usar em pó.
CHOCOLATE AMARGO: derreter em banho-maria ou no micro-ondas, como alternativa pode ser adicionado em lascas diretamente com os outros ingredientes.
MEL (ou xarope de ácer para veganos): se necessário, aquecer suavemente em uma panela ou no micro-ondas para torná-lo fluido.
Procedimento
Em uma tigela grande, despejar todos os ingredientes preparados como descrito acima, primeiro os sólidos e depois os derretidos (chocolate e mel), então misturar tudo com uma colher ou melhor com as mãos.
Agora, adicionar gradualmente a farinha e trabalhar a massa com as mãos até torná-la homogênea.
Deixar a mistura descansar na geladeira por uma noite, inteira ou já dividida em 2 ou 3 panpepati em forma esférica de cúpula (formá-los bem apertados, apertando bem com as mãos e achatá-los em uma assadeira coberta com papel manteiga, se necessário batê-los na superfície de trabalho para torná-los compactos). Como alternativa, pode-se dar forma de strudel.
O tempo de descanso não é necessário, mas é aconselhável para permitir que os aromas se misturem entre si.
Assar no forno estático a 170 °C por 40 minutos (ou a 140 °C por 1 hora). Se desejado, 10 minutos antes do término do cozimento, pode-se polir os pampepati com mel fluido ou mosto cozido, e então continuar o cozimento.
Uma vez pronto, é possível cobrir a superfície com chocolate derretido ou polvilhar com açúcar de confeiteiro, cacau em pó ou canela enriquecida com as especiarias preferidas.
No dia seguinte e nos seguintes, o panpepato fica mais saboroso.
Conservação
O Pampepato se conserva tranquilamente por um mês (até três meses) coberto com papel alumínio ou filme plástico. Com o passar do tempo, os sabores se misturam melhor e ele se torna mais gostoso.
VARIANTES
O Panpapato de Ferrara (Emilia-Romagna) tem forma de cúpula e é coberto por chocolate amargo, esta é a receita original:
Pampapato ferrarese IGP
INGREDIENTES: 200 g de farinha, 100 g de amêndoas, 100 g de açúcar (melhor mel), 100 g de cacau em pó, 100 g de frutas cristalizadas picadas, 2 g de canela, 2 g de cravos-da-índia triturados, 80 g de chocolate amargo para a cobertura.
PROCEDIMENTO: com as mãos, amassar em água morna (ou leite) os ingredientes indicados, trabalhar bem, até obter uma massa bastante firme. Formar o pampepato e dar-lhe a característica forma de cúpula. Assar no forno, melhor se a lenha. Uma vez assado e frio, glaçar com chocolate amargo derretido.
O Panforte nero de Siena (Toscana) é um doce tradicional da cidade do Palio, é assado sobre uma folha de hóstia e dentro de uma forma de torta, antes de servi-lo é polvilhado com açúcar de confeiteiro ou especiarias em pó.
Curiosidades
Onde nasceu o panpepato?
O panpepato tem uma história envolta em lendas e tradições antigas, com origens incertas que geram diferentes variações em várias regiões da Itália. Presume-se que este doce tenha raízes medievais, indicado pelo seu nome que sugere o uso predominante de pimenta na receita original. Ingredientes como frutas secas, mel e chocolate eram adicionados para evocar riqueza e prosperidade, auspícios para o novo ano.
Há quem suponha que o panpepato remonte aos antigos romanos, quando o hábito de preparar doces com leite, ovos, frutas secas e vinho, adoçados com água melada, era difundido. Durante o século XII, a influência dos pães condimentados à base de mel do Oriente contribuiu para a tradição. A primeira menção escrita do panpepato data de 1205, quando as freiras do Mosteiro de Montecelso perto de Siena receberam de presente “panes piperatos et melatos”, começando a produzi-los com mel, frutas cristalizadas, amêndoas, especiarias e gengibre. O hábito de enriquecer os doces com esses ingredientes tornou-se comum na Toscana, como demonstra o panforte senese exportado e consumido até em Veneza por volta de 1370.
Muitas variantes do panpepato têm origens monásticas, como a de Ferrara ligada ao convento do Corpus Domini ou o pangiallo romano, que também inclui o uso de uvas passas.Quantos tipos de Panpepato?
O pampepato ternano é um doce que remonta ao século XVI com possíveis origens orientais, é enriquecido com sabores locais como nozes, cítricos e mosto cozido. Sua tradição camponesa se manifesta na preparação rigorosa em 8 de dezembro (início das festividades), que se estende às vezes até 14 de fevereiro (São Valentim), patrono da cidade e dos namorados. É costume deixar pelo menos um pedaço embalado até a Páscoa ou mesmo a Assunção (15 de agosto), demonstrando sua duração prolongada sem conservantes. A receita original não fornece dosagens precisas, indicando a adição de ingredientes “quanto basta” para obter o sabor certo. Este doce recebeu a marca IGP desde 2021.
O panpepato senese tem suas raízes no período medieval. Durante o século XIX foi criado um novo tipo de pampepato, com uma cobertura de açúcar de confeiteiro, e em homenagem à Rainha Margherita foi chamado de Panforte Margherita.
O pampapato de Ferrara tem origens nos conventos de Ferrara no século XV, durante a influência do Estado da Igreja. O doce, também conhecido como “Pan del Papa”, tornou-se popular na corte dos Estensi com fortes influências orientais. Sua típica preparação inclui chocolate amargo, avelãs, amêndoas, canela e pimenta. Para ser consumido fresco e macio, o pampapato representa uma delícia natalina com um profundo aroma de chocolate.
O panpepato de Anagni tem origens nos séculos XII e XIII, quando a cidade era sede da cúria papal, como indica também seu nome alternativo, Panpapato (Pão do Papa). Este doce é composto por frutas secas (nozes, amêndoas, avelãs, pinhões), chocolate amargo, mosto de vinho cozido (ou mel), e às vezes casca de laranja cristalizada e uvas passas. Difere do panpepato ferrarese por um uso menos acentuado do chocolate, a ausência na cobertura, a falta de canela e a presença do mosto de vinho cozido.
O miacetto é um doce natalino típico de Cattolica, na província de Rimini. Sua preparação inclui frutas secas, açúcar, cruschello (ou farinha) e mel, sem o uso de fermento. O nome deriva do latim “milaceus” (= de milho), ligando-se ao termo “migliaccio” usado em diversas regiões da Itália para indicar focaccias sem fermento, que podem ser salgadas ou doces. Os miacetti são preparados nas casas durante as festividades natalinas, e também estão à venda em confeitarias e padarias. Em Cattolica, a tradição de preparar e presentear miacetti aos parentes e amigos tem um profundo significado no fortalecimento dos laços com as pessoas, tanto no presente quanto no passado.